Alexandre Porres, Alexandre Fenerich, Andrei Thomaz, Francisco Serpa, Giuliano Obici, Lilian Campesato, Patrícia Francisco, Valério Fiel da Costa & Vitor Kisil

Teia

Abstract:
O projeto baseia-se na idéia de “captura”, de uma simples captação dos sons via microfones até o aprisionamento de uma imagem, que é construída na frente do público, através da criação de uma “teia” formada por fi tas adesivas no centro de um palco, apoiada por uma estrutura em forma de paralelepípedo fi xa ao chão, com uma grande tela de fundo onde são projetadas imagens. Dois performers iniciam a composição da teia ao vivo, emaranhando-a entre as estruturas enquanto enviam, via microfones afi xados nos pulsos, os sons do desenrolar das fi tas. A construção sonora é formada pelo som da fi ta somente amplifi cado e pelo processamento em tempo real desses sons via Pure Data, obedecendo a um roteiro específi co em que fi guram desde sons sem tratamento até algumas texturas com grande densidade, redefi nindo e impondo ambigüidades à relação referencial entre imagem e resultado sonoro. A partir de determinado momento, os sons adquirem caráter estático – congelam-se num efeito de freezing – numa referência à função de “captura” da teia, e servem de base sutil para a fase fi nal da performance, que consiste na superposição da silhueta da teia (em primeiro plano) sobre a tela, onde são projetadas imagens dela própria, colhidas anteriormente, num sutil e longo fade-in. Tal procedimento gera uma ilusão de “movimentação” da teia na medida em que a imagem vai gradativamente se revelando. No entanto, ela permanece estática à frente da tela. A performance é concluída com o fi nal do fade-in, quando a imagem de fundo mistura-se com a silhueta da teia à frente. A concepção sonora aqui não vai em direção a uma improvisação com os sons complexos da fi ta, mas busca uma abstração da condição musical do som, concentrandose na construção de um emaranhado de elementos, na qual fi ta, som da fi ta e imagem projetada constituem uniformemente a Teia.

Biography:
Andrei Thomaz – Mestre em Artes Visuais pela ECA/USP e professor no Istituto Europeo di Design em São Paulo. Sua produção artística abrange diversas mídias, digitais e analógicas, envolvendo também várias colaborações com outros artistas, entre as quais encontram-se performances sonoras e instalações interativas. Como desenvolvedor, auxilia diversas agências de publicidade e empresas de tecnologia na realização de projetos digitais para clientes como AMBEV, Itaú, Coca-Cola e outros. Vive e trabalha em São Paulo, SP.