VR/Urban: Patrick Tobias Fischer, Christian Zöllner, Thilo Hoffmann & Sebastian Piatza

SMSlingshot

Abstract:
“SMSlingshot”, do VR/Urban, é um avanço conceitual da intervenção-ferramenta spread.gun, que foi criada para o Festival Mediafaçade 2008 em Berlim e pode ser visto como uma revisão interativa de design que o grupo chama de ativismo de intervenção digital em espaços públicos.
Ao batizar suas primeiras abordagens de “Reclaim the Screens” (Recuperar as telas), o grupo homenageia um coletivo de Londres chamado “Reclaim the Streets” (RTS). Como o RTS (e Lucius Burkhardt com sua “Promenadologie” 20 anos antes), que costumam apresentar eventos de rua de ação direta não-violenta como a “invasão” de uma grande rua, estrada ou autopista para armar uma festa, VR/Urban busca maneiras de contrabalançar a crescente digitalização do ambiente público e urbano. Não fazendo isso de maneira aleatória, mas sim cruzando fachadas de mídia LED em grande escala e outdoors digitais que proclamam interesses comerciais e “ordenam” o consumo. O crescente número dessas telas comerciais é uma questão de desafio para VR/Urban sujeita a ser reclamada pelo público. A forma luminosa poluente e intrusiva de anúncios comerciais mostrada por essas telas que ofuscam os olhares dos cidadãos, incapazes de evitar a mensagem enviada por essas companhias e os provedores de conteúdo. Neste ponto VR/Urban sentiu que as pessoas precisam de dispositivos de intervenção acessíveis para poder responder a essas forças maciças do capitalismo. Afinal, é o espaço urbano das pessoas que é poluído por anúncios piscantes.
O “SMSlingshot” é um dispositivo de intervenção digital equipado com um módulo de rádio de ultra-alta frequência, um teclado Arduino hackeado, um laser e algumas baterias embutidos em uma caixa de madeira. As mensagens de texto são digitadas em um teclado de madeira do tamanho de um telefone e exibidas no mostrador colorido embutido. Quando uma mensagem é concluída, pode ser “disparada” para um ponto definido em uma fachada de mídia, como usando um estilingue comum. Quando a mensagem “atinge” a fachada, aparece um borrifo de pixels coloridos contendo a mensagem. A mensagem de texto será também enviada para o Twitter em tempo real. O sistema é feito para recuperar espaços urbanos e as telas de mídia onipresentes. Com este dispositivo as pessoas obtêm uma ferramenta que lhes permite manifestar-se na mesma “linguagem cultural-tecnológica” usada pelas telas de publicidade altamente desenvolvidas: imagens complexas, fluidas, digitais.
FILE PAI 2010

Biography:
VR/Urban é um coletivo de inventores de mídias públicas fundado em 2008, e desde então eles trabalham mais ou menos juntos para criar instalações de mídia pública em tempo real. O objetivo de todos os projetos é recuperar telas urbanas para o público. Na tradição da arte situada e da cultura do grafite, VR/Urban aumenta estruturas existentes na cidade com arte-mídia digital e interativa. O coletivo acredita profundamente na incorporação, acessibilidade e tangibilidade da informação, de modo que cada instalação tem um caráter muito performático e desafiador.

Membros atuais:
Patrick Tobias Fischer é um cientista da computação e pesquisador na Universidade de Strathclyde em Glasgow (Escócia), no campo de interação multimodal em ambientes urbanos.

Christian Zöllner trabalha como designer enfocado principalmente em intervenções de mídia, pesquisa de design e jornalismo de design. Desde 2008 ele ensina “processos experimentais de design” na Universidade das Artes em Berlim.

Thilo Hoffmann trabalha como desenvolvedor de software em Frankfurt, Alemanha. Ele se interessa por interfaces de usuário multimodais imersivas e projetos no campo de espaço digital e físico.

Sebastian Piatza vive e estuda em Dresden, Alemanha. Atualmente ele estuda para o mestrado no campo de dispositivos movidos por humanos para uso doméstico. Ele também se apresenta com seu DJ coletivo “Tanzatelier Kokü”.