Ricardo Barrero & Maria Hsu

Martela

FILE RIO DE JANEIRO 2018
DISRUPTIVA
Festival Internacional de Linguagem Eletrônica

Abstract:
A Tactila é uma forma de arte cujo meio é o “tato-toque”. O tato é um sentido independente dos demais e possui uma inteligência, uma imaginação e memória próprias; uma percepção e sensação que lhes são exclusivas. É sabido, por todos, da hegemonia nas artes, bem como em outras disciplinas, da visão e da sonoridade. A Tactila é uma forma de arte que se dá no tempo e, portanto, pode ser gravada e possuir diversas formas de notação para posteriores execuções. Por esta razão, o seu desenvolvimento se tornou possível somente agora, com o modo mecatrônico e mecânico digital (robótica), compatíveis com as linguagens de máquina.
A criação das obras tactilais se dá através da composição, composição esta que pode ser feita através da notação manual e executada através de um teclado ou executada diretamente do computador da maquina-tátil (robô).
As máquinas-táteis podem envolver inúmeras possibilidades táteis através de pontos, vetores e texturas com ritmos e intensidades variáveis, e serem executadas sobre extensões e localizações variáveis de nosso corpo.
A primeira máquina tátil se chama “Martela”, um robô tátil formado por 27 motores subdivididos por três quadrados (3×3), ou seja, cada quadrado possui 9 motores. Cada motor corresponde a um ponto em matriz e temos assim 27 unidades táteis que possibilitam tocar com várias intensidades o corpo do usuário.
Os pontos, vetores e texturas, cada um destes, em diversos ritmos, correspondem a movimentos dos toques no corpo que podem ser singulares ou múltiplos e em diferentes direções, podendo criar situações agradáveis ou de conflito. A composição envolve relações sensoriais que serão interpretadas posteriormente pela sensibilidade do usuário, fruição esta que, como em todas as formas de arte, aprimora-se com a experiência e a pesquisa.

Biography:
Maria Hsu tem se dedicado às Artes Visuais a partir de 2000, utilizando diversas mídias como pintura, fotografia e arte digital, após exercer a medicina por muitos anos. Apresentou diversos trabalhos de arte digital como TransEstruturas, Charles in London, Nietzsche – o Primeiro Avator e feelMe em co-autoria com Ricardo Barreto.

Ricardo Barreto é artista e filósofo. Atuante no universo cultural trabalha com performances, instalações e vídeos e se dedica ao mundo digital desde a década de 90. Participou de exposições nacionais e internacionais, tais como: XXV Bienal de São Paulo em 2002, Institute of Contemporary Arts (ICA) London – Web 3D Art 2002, entre outras. Apresentou as instalações digitais Charles in London, Nietzsche – o Primeiro Avator e feelMe em co-autoria com Maria Hsu. Concebeu e organiza juntamente com Paula Perissinotto o FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica.

Equipe Técnica
Daniel Moori é programador e desenvolvedor mecatrônico.
Bruno Zanotti é desenvolvedor eletrônico.