FILE Vitória 2017 – Sesi Arte Galeria – José Carlos Bergamin; presidente da Findes: Marcos Guerra; organizadores do File Festival: Paula Perissinotto e Ricardo Barreto; superintendente do Sesi: Luis Carlos de Sousa Vieira.
O FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica apresenta a exposição FILE Vitória 2017: Toque aqui de 18 de abril a 11 de junho na SESI Arte Galeria, com uma seleção de 8 instalações interativas, 4 games e 20 animações, de artistas de países como Brasil, Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, México, Portugal, Sérvia e Suécia.
Ao longo de 18 anos, o FILE tem promovido exposições, oficinas e encontros com o objetivo de fomentar o debate sobre a relação entre arte e tecnologia. Com eventos anuais em São Paulo, exposições no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e São Luís, além de participações em eventos internacionais, o festival constitui o maior acontecimento de arte eletrônica na América Latina.
Nesta primeira edição em Vitória, o festival abrange diversas possibilidades de interação com as obras e entre visitantes, através de dispositivos em realidade virtual, com e sem uso de óculos 3D, realidade aumentada, instalações e objetos físicos. A interação tem se mostrado uma das principais formas de fruição artística desde meados do século XX. Se os anos 1960 são marcados pela participação dos visitantes em obras de performance e instalação física, os anos 1990 passam a integrar o mundo digital nessas modalidades. Essa integração entre mundo físico e as novas tecnologias digitais é mostrada na seleção de instalações da exposição FILE Vitória 2017.
Entre as obras de realidade virtual com uso de óculos 3D, em The Night Cafe, de Mac Cauley, é possível explorar o mundo das pinturas de Van Gogh e até mesmo encontrar com o próprio pintor em uma versão animada. Já em Swing, de Christin Marczinzik & Thi Binh Minh Nguyen, o sonho de voar se torna realidade. Sentados em um balanço, quanto maior for o movimento empregado pelo visitante, maior será a vivacidade das cores do mundo experimentado. A interação com mundos digitais também é possível nos jogos expostos: Lovers in a Dangerous Spacetime, da desenvolvedora canadense Asteroid Base; Back to Bed, da dinamarquesa Bedtime Digital Games; Push Me Pull You; da australiana House House, e Tearaway Unfolded; da inglesa Media Molecule.
Na seleção de instalações, Fated Ascent, de Donald Abad, utiliza a tecnologia da realidade aumentada para criar um espaço em que os visitantes possam perceber a presença de outro visitante, virtualmente ligado a um amontoado de pedras. Para isso, basta ver esse amontoado através de um tablet ou de um smartphone.
O uso de dispositivos de visão também é explorado em Simulacra, de Karina Smigla-Bobinski. Ao segurar uma lente de aumento diante do monitor, imagens de mãos, pés, cabelos negros e longos repentinamente aparecem. Mas ao virar a lente diante dos olhos, a estrutura de polarização da película cria mudanças de cores ou mesmo imagens complementares negativas. A cada novo olhar, a obra se refaz dependendo da interação do visitante.
A interação dos visitantes pode implicar a construção de obras colaborativas, como é o caso de ADA, também de Smigla-Bobinski. ADA é um globo transparente cheio de hélio que flutua livremente pela sala. Com pontas de carvão, deixa marcas nas paredes, teto e piso de modo autônomo, embora movido pelas pessoas. Outra produção colaborativa é Floor, de Håkan Lidbo & Max Bjorverud, um instrumento musical tocado com os pés que pode produzir até 68.000.000.000 combinações de sons através da interação com 6 grupos de instrumentos diferentes. Por sua vez, Efecto Mariposa, de Patricio Gonzalez Vivo, é uma instalação interativa que dá chance de explorar a destruição e a criação em um ecossistema de um cenário de cinzas vulcânicas em tempo real. Os visitantes podem modificar com suas próprias mãos a topologia e a atmosfera desse mundo digital, desencadeando todos os tipos de mudanças climáticas e topográficas que influenciam diretamente as condições de vida.
Assim como tocamos em cinzas em Efecto Mariposa, outra interação com o mundo físico é possível em Martela, de Ricardo Barreto & Maria Hsu, um robô tátil formado por 27 motores. Os pontos, vetores e texturas da instalação correspondem a movimentos dos toques no corpo que podem ser singulares ou múltiplos e em diferentes direções, podendo criar situações agradáveis ou de conflito. A composição envolve relações sensoriais que serão interpretadas posteriormente pela sensibilidade do usuário.
A exposição FILE Vitória 2017 também apresenta uma seleção de animações independentes que dialogam com os avanços tecnológicos no FILE Anima+. Animações independentes são tão antigas quanto a própria arte da animação. O avanço de tecnologias em softwares de animação vem fazendo com que animadores independentes, estejam eles em pequenas produtoras ou mesmo trabalhando sozinhos em um esquema DIY, conquistem cada vez mais espaço. Essa conquista está diretamente relacionada com a rapidez de troca de informações e facilidade de divulgação na internet. A constante evolução dos métodos e das tecnologias abre espaços para que novas formas de narrativas sejam construídas, muito mais intensas e originais.
A participação em todos os eventos da FILE Vitória 2017 é gratuita.