Andrew Johnson & David Tinapple

When Pulse Becomes Pitch

Abstract:
When Pulse Becomes Pitch é uma instalação de áudio interativa que consiste em um par de cornetas de alumínio para falar em público. O visitante fala num microfone colocado na frente e quase dentro da corneta. Tirando indícios de fonemas, consoantes, fricativos bilabiais e paradas glotais, as qualidades da voz do visitante provocam outra voz, uma língua estranha que ressoa da corneta. Quando o visitante fala, o outro fala. A relação fica imediatamente clara. Surge a questão: como essa voz também é minha? Isso é uma resposta, uma tradução, um reflexo? O que estou dizendo agora? Qual é o significado de tradução simultânea que ignora considerações culturais? A relação menos evidente é a dos silêncios. Meu silêncio provoca silêncio no outro. É essa relação silenciosa que fica no visitante. Depois que a dupla vocal é rompida, a dupla do silêncio permanece, ecoa no visitante.

“É preciso mais tempo, esforço e delicadeza para aprender o silêncio de uma pessoa do que para aprender seus sons… Aprender a gramática do silêncio é uma arte muito mais difícil do que aprender a gramática dos sons.” – Ivan Illich

Esse esquema acústico interativo torna urgentes as relações causais entre as vozes. Questões de poder, identidade e agência persistem até no contexto tecnológico mais emergente. O que é gerado quando a voz é dublada, cancelada, chamada de volta a si mesma? Quem controla a situação, determina os parâmetros, mantém o aparato, define os sons, contextualiza o significado? When Pulse Becomes Pitch: um ritmo, um pulso, uma batida torna-se um volume, tom, direção, distância.