Dehors/Audela

Crocevia

FILE 2018 | VIDEOART
Festival Internacional de Linguagem Eletrônica

Abstract:
“Crocevia” (Crossroads) está sempre à beira de … próxima a … escolher algo, um caminho ou outro, uma sucessão de pequenos tremores incessantes que impedem a estagnação. Crocevia é um rebus audiovisual, repleto de cancelamentos, detalhes e elementos ausentes. Um espaço para conceber. Um evento para reconstruir. Apenas o virtual pode ser de alta definição, não a realidade, imperfeita e ambígua. Uma encruzilhada da memória, de sua opaca (não)reprodutibilidade. Um ponto de inflexão, o momento de tomar uma decisão. Ou perder a chance para sempre. Cada encruzilhada dá origem à temporização, debates internos entre uma parte e outra, entre uma direção e o seu oposto. Cada escolha desorienta seu caminho. Qual direção você deve descartar?
O processo de produção e reprodução pode tragar gradualmente o corpo capturado nas imagens?
Em investigação e reprodução posterior dessas imagens, de molde a molde, podemos amplificar – através da remoção – o significado da imagem?
O espaço das imagens é expandido pelos sons. Esses sons, pertencentes às memórias, se movem em toda parte, sem ocupar uma posição definida. São organizados seguindo a ideia de indecisão perpétua sugerida pelo vídeo. Os sons se tornam objeto do pensamento da figura vestida de azul e, por isso, não encontram lugar perfeito, se movem continuamente, às vezes estão próximos, outras fora de foco, por vezes se espalham no espaço para formar um ambiente sonoro maior. O material de som provém da reelaboração de gravações feitas com microfones dpa dentro de colmeias na Flórida e outras gravações de campo coletadas ao longo dos últimos anos.

Créditos:
Criação, filmagem, edição: Salvatore Insana
com Elisa Turco Liveri
Música: Giulia Vismara
Produção Dehours/Audela
com o apoio da Wunderkammer Associazione Culturale

Biografia:
Dehors/Audela é um coletivo formado por Elisa Turco Liveri (performer, coreógrafa) e Salvatore Insana (videomaker, fotógrafo, diretor). Sob o signo da interferência mútua, partem de uma prática em que, se o corpo e a ação constituem o centro da textura dramatúrgica, o vídeo e o som tendem para uma consistência física e orgânica. O coletivo Dehors/Audela sempre trabalhou na investigação de fronteiras. Intersticiais do presente, concebidos não apenas como lugares físicos, mas também como aspectos sociais e antropológicos. O indefinido e o híbrido sempre foram as áreas de pesquisa artística preferidas pelo coletivo. Em colaboração com a musicista e artista sonora Giulia Vismara, e em constante tentativa de superar gêneros, lugares e ferramentas não convencionais, deram vida a video-obras teatrais, performances de dança, projetos de pesquisa audiovisual, instalações urbanas e fotográficas, além de oficinas experimentais.