Pablo-Martín Córdoba

L’inter-code

FILE 2018 | VIDEOART
Festival Internacional de Linguagem Eletrônica

Abstract:
Neste vídeo de dez minutos um algoritmo organiza, de forma pseudo-aleatória, o arranjo dos diferentes blocos de imagens em movimento, confrontando porções de texto que também estão em movimento. A decorrente proliferação visual, alimentada por uma trilha sonora atormentada por vozes descarnadas e uma espécie de zumbido industrial, parece indicar a dificuldade com que texto e imagem têm de coexistir. Se discernirmos instrumentos técnicos entre essas imagens, apresentadas no Musée des Arts et Métiers, de Paris, que se referem à medida do infinitamente grande e do infinitamente pequeno, podemos também observar o surgimento oculto de cenas de missões antropológicas do início do século passado. Desde o início, podemos ver que este dispositivo de convivência entre texto e imagem, mas também entre ferramentas científicas e figuras humanas, sugere uma história das técnicas de observação que procuram influenciar e canalizar o reinado dos vivos, como se para dizer que qualquer questionamento da imagem em sua relação com a técnica é também uma forma de meditar sobre o que impõe o destino dos seres humanos.

Biografia:
Artista contemporâneo, reside e trabalha em Paris, França.
Pablo-Martín Córdoba estrutura seu trabalho contra a imagem concebida como um corte pontual no domínio do tempo e do espaço. Tanto o movimento latente da imagem estática quanto a fixidez construída a partir de imagens animadas definem um universo homogêneo, onde a imagem indiferenciada torna-se material plástico. Neste contexto, e por meio de vídeos, fotomontagens e instalações, o artista investiga aspectos específicos do mundo através do uso de imagens.
A expansão do domínio espaço-temporal é duplicada por um questionamento medial que implica a livre exploração de tecnologias digitais, suas possibilidades e limites. Ao confrontar estes aparatos, o artista busca formas de plasticidade capazes de falar sobre a realidade de uma maneira especial, sem exclusão de mudanças em direção à ficção. Imagens assim concebidas, entre fixidez e movimento, entre analógico e digital, são objeto de transformações que acabam subsidiando a materialidade da realidade.
Sua obra foi exibida na Europa (França, Portugal, Espanha, Roménia) e Américas (Argentina, Canadá, Colômbia). Em 2017, foi premiado com primeiro lugar em um concurso internacional de fotografia com a série “Rémanences”. Seu vídeo “L’inter-code” foi selecionado para o festival internacional Encontros da Imagem, 2017 em Portugal e para o Traverse Vidéo, 2018.