Camila Magrane

Traces

FILE São Paulo 2022 | Instalações
Festival Internacional de Linguagem Eletrônica

 

 

Traces explora a relação entre o passado e o presente com foco no processo de transformação como fio conector. O trabalho consiste em uma série de colagens e uma coleção de polaroides que são acompanhadas por animações e videoclipes vistos somente pelo uso de uma aplicação de realidade aumentada (Virtual Mutations).
Os cenários apresentados nas imagens estáticas funcionam literalmente como palcos para narrativas animadas. O que era um único momento capturado ecoa em movimento, criando uma camada adicional, como para o que está por vir. A intenção não é desvalorizar a simplicidade da imagem estática mas, em vez disso, criar possibilidades do que os sujeitos em cada cenário poderia se tornar através de um lapso de tempo e de imagética alegórica. Um diálogo entre o passado e o presente é estabelecido e o aplicativo em si funciona como mediador entre esses tempos, oferecendo ao observador um vislumbre da reflexão posterior.
O motivo da utilização de realidade aumentada como acompanhamento das imagens estáticas é convidar o observador a participar, não apenas como espectador, mas como participante ativo das narrativas evocativas e simbólicas representadas nos diversos temas de cada peça. Muitas das colagens incluem elementos interativos que alteram o estado do tempo e do espaço quando controlados pelo espectador individual. Por meio dessas interações, espera-se que os trabalhos lancem luz sobre a natureza subjetiva do conceito elusivo de tempo e sugiram que tempo e espaço são categorias intrínsecas da mente, relacionadas ao ponto de vista do observador.
As polaroides, por outro lado, não oferecem interação nem complexidade; em vez disso, são compostas de movimentos repetitivos simples presos em loops infinitos não lineares. Os títulos das polaroides se referem a estados mentais e emoções que são interpretados pelos movimentos da figura apresentada. Os movimentos repetitivos e seus traços fantasmagóricos imitam a natureza monótona de nossos processos de pensamento e padrões emocionais e a dificuldade de sair desses hábitos e dessas rotinas mentais, que formatam padrões previsíveis de comportamento.

Bio:

Camila Magrane é uma artista multimídia natural de Caracas, Venezuela. Tendo pai dos EUA e mãe da Venezuela, ela cresceu alternando entre os dois países. A intensa exposição a duas culturas diferentes deu a ela um melhor entendimento do que significa ter várias perspectivas. Depois de se graduar em cinema em Caracas, ela voltou a São Francisco para continuar seus estudos em fotografia e storytelling visual. Camila depois entrou na indústria dos jogos como artista cinemática. Mais recentemente, ela tem explorado o envolvimento da tecnologia e da interatividade na arte. Isso a levou a obter grau de bacharela em ciência da computação com foco em desenvolvimento de jogos. Ela continua a aprimorar suas competências como coder criativa por meio da criação de vídeos interativos, instalações e jogos. Camila recebeu maior notoriedade pela criação de suas colagens de realidade aumentada, área em que estabeleceu uma estética pós-moderna combinando técnicas de câmara escura com a utilização de ferramentas digitais. Camila Magrane é representada pela Themes+Projects Gallery em San Francisco, Califórnia, EUA.